Hoje em minha fala na tribuna abordei sobre um assunto que chegou ao meu conhecimento, por meio de pais e mães de alunos da nossa Rede Municipal de Educação. O relato foi de que um grupo estaria visitando escolas e distribuindo material com o título de “Programa Jovens Guerreiros”, destinado a crianças de 6 a 17 anos.
Ninguém assina o material. Nenhuma instituição ou entidade. Visitei uma escola na tarde de ontem, e conversei com a diretora que me informou que pessoas chegaram fardadas, inclusive ela achou se tratar de Guardas Municipais, pedindo para divulgar o material nas salas de aulas. Trata-se da Força Pré-Militar Brasileira (FOP), porém, não havia esta descrição no panfleto. A divulgação era para um treinamento de primeiros-socorros, no entanto, o material de divulgação mostrava outras atividades desenvolvidas pelo grupo, como atividades de sobrevivência na mata, táticas operacionais e aventureiras, salvamento e combate a princípios de incêndio, visitas a organizações militares, etc. Me chamou a atenção, inclusive, uma imagem em que uma criança aparece manuseando uma arma. Mesmo que seja uma “arma de Paintball” é, sem dúvida, indução a que crianças utilizem armas precocemente.
Em Canoas, o Ministério Público está fazendo investigação sobre uma empresa que se apresenta como escola e oferece cursos nos mesmos moldes que esta de Sapucaia do Sul e se auto-denominam pré-militares.
QUESTIONO:- Este grupo quer preparar as crianças e jovens para quê? – Por que o Sintesa, Sindicato da categoria, é proibido de entrar nas escolas, mesmo que nos intervalos, para conversar com as professoras e professores e, pessoas como este grupo podem entrar livremente distribuindo material promocional?
Precisamos estar atentos a todas as atividades que envolvam as nossas crianças e jovens e, nossas escolas, devem ser mais criteriosas em quem deixam entrar para divulgar o seu trabalho. Acionamos a Comissão de Educação da Câmara de Vereadores e o Ministério Público para que chequem estas informações e a atuação deste grupo para verificar se há ou não irregularidades nas atividades propostas, inclusive que firam o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).